Nascido em 1976 durante o grande levante dos gatos famintos, Rata e sua família fugiram com a fralda do corpo para o Habib´s mais próximo, onde desfrutaram de um período de bonança e comida farta.
Até que um dia a suspeita de leptospirose caçou o alvará dos quitutes do oriente e nos deixou na rua.
Acostumados a comida fácil, e absolutamente dóceis, nos inscrevemos para a seleção de ratos do novo topo Giggio - não fomos aceito, não tínhamos o sotaque italiano, depois me coloquei a disposição para ser o dublê de Jerry - desnecessário, se ainda fosse do Tom... Faminto e desiludido, numa atitude quase suicida fui tomar coca-cola e fiquei conhecido no mundo inteiro. A mulher que me encontrou na lata do refrigerante processou a empresa e tiramos a sorte grande.
Ela me contratou para invadir saquinhos de Rufles, Fandangos e bolinhos Ana Maria. Era uma fábrica de processos. Ficamos podres de ricos, mas ao tentar minha última estocada invadindo um saco de Doritos, tive uma intoxicação alimentar. Tudo graças ao meu trabalho insalubre. Resultado, fiquei em coma por três meses, acordei sem o movimento dos braços e das pernas. Minha sócia me abandonou, e eu fui virar cobaia num laboratório de SP. Numa noite enquanto eu estava na minha fisioterapia para as patas superiores, ouvi a gritaria e a invasão. Jovens tentavam abrir gaiolas e libertar os Beagles. No meio da confusão, minha gaiola caiu e um cão espertamente segurou minha cauda e me levou de lá.
Vivi muito tempo entre os cães, e eles me emprestavam a ponta do rabo peludo -que me servia de pincel - para que eu molhasse no café gelado dos seus donos - que não paravam de mexer no celular - e pintasse os guardanapos.
Foi assim que eu recuperei os movimentos das patas, e parti pro mundo para ser um caricaturista de rua. Quer uma?
Como pagamento aceito queijos e beijos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário